Human Entities 2024: a cultura na era da inteligência artificial
8ª edição
Programa de conversas, maio – junho 2024
Organização CADA em parceria com a Trienal de Arquitectura de Lisboa e Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa
Entrada livre, mediante registo
As conversas serão em língua inglesa
Ouça as gravações do programa Human Entities (2016 – 2024)
Listen to Human Entities (2016 – 2024)
[English below]
Sinopse
Tentativas para definir inteligência partem, na sua maioria, da ideia de que se trata de um domínio distintamente humano. Mas se alargarmos o nosso quadro de referência e considerarmos a resolução de problemas não como um atributo humano, mas um presente em graus variáveis nas diferentes formas de vida e, em potência, nos sistemas artificiais, começamos a reconhecer inteligências em todo o lado.
A ciência estabeleceu recentemente que as plantas possuem cognição. Trata-se de uma alteração profunda, embora continue a ser controversa. Esta descoberta destabiliza a visão ocidental do mundo que separa a natureza (enquanto domínio dos processos biológicos) da cultura (enquanto domínio da atividade e da inteligência humanas) e significa que a dicotomia convencional entre natureza e cultura é errónea. Esta divisão categórica não reconhece as interconexões matizadas entre o habitat não-humano e as sociedades humanas. Na prática, criamos relações mútuas com diversas entidades, cada uma com a sua própria agência – desde seres vivos a objetos tecnológicos.
No entanto, muitas das nossas crenças e valores contemporâneos continuam enraizados em tropos dualistas que sustentam o mito da natureza como um dado adquirido, uma realidade fundamental e evidente.
Este é o esquema que sustenta a ideia de uma natureza singular e unificada sobre a qual se sobrepõem diversas culturas. Contribui para o antropocentrismo, justifica a extração ambiental e obscurece as formas complexas como a sociedade humana e a tecnologia se moldam mutuamente.
Numa altura em que a ciência se debruça sobre a inteligência que abunda em ambientes que nos rodeiam, estamos ao mesmo tempo numa corrida para despejar todo o conhecimento humano nas bases de dados de treino da Inteligência Artificial (IA). Uma IA nas mãos de um oligopólio tecnológico maioritariamente norte americano. Isto não parece correto. Não apenas no sentido em que estes modelos representam uma maior abstração de nós em relação ao mundo – embora o sejam certamente. Mas também, apesar de todos os benefícios positivos de serviços de valor, as plataformas comerciais de IA exercem um poder crescente sobre as nossas vidas e instituições. No entanto, estamos apenas no início da evolução desta tecnologia, ainda temos tempo para a reorientar para futuros mais viáveis para a vida no planeta.
Imaginar uma verdadeira ecologia da inteligência natural e artificial, baseada numa interação mutuamente benéfica, pode parecer um sonho impossível. Mas precisamos sonhar. Embora seja um potencial campo minado, a convergência de disciplinas, nomeadamente ecologia, neurociência e IA, se bem gerida e associada a melhores modelos de organização social, poderá ter um impacto positivo nas formas como a biosfera e a tecnosfera evoluem e se intersectam.
Numa altura em que um milhão de espécies se encontra em vias de extinção e os ecossistemas se aproximam do colapso, seria sensato considerarmos a intrincada rede de interdependências que sustenta a vida – e refletir sobre o facto de todas as inteligências naturais serem profundamente ecológicas.
CADA (Jared Hawkey/Sofia Oliveira)
Programa
Quarta, 15 de maio 2024, 18.30
A consciência das plantas
Monica Gagliano
Ecologista evolutiva, Professora Investigadora Associada (Adjunta) na Universidade Southern Cross, Austrália
Oiça o podcast desta conversa | Listen to the podcast
Monica Gagliano PhD é uma investigadora internacionalmente premiada, selecionada pela Biohabitats como uma das 24 Mulheres Mais Inspiradoras da Ecologia, juntamente com Jane Goodall, Rachel Carson, Sylvia Earl e Terry Tempest Williams. Foi conferencista convidada nas mais prestigiadas universidades, incluindo UC Berkeley, Stanford, Harvard, Dartmouth e Georgetown. O seu trabalho pioneiro tem sido amplamente divulgado em meios de comunicação social proeminentes, como o The New York Times, Forbes, The New Yorker, The Guardian, National Geographic e muitos outros. Monica é Professora Associada de Investigação (Adjunta) de ecologia evolutiva na Austrália. Atualmente, é cientista-chefe do Kaiāulu|Coherence Lab, no Havai, e investigadora associada do Centro Takiwasi, no Peru.
Monica foi pioneira no novíssimo campo de investigação da bioacústica das plantas que, pela primeira vez, demonstra experimentalmente que as plantas emitem vozes e detetam e respondem aos sons do seu ambiente. O seu trabalho expandiu o conceito de cognição nas plantas. Ao demonstrar experimentalmente que a aprendizagem e a memória não são da exclusiva competência dos animais, Monica reacendeu o discurso sobre a subjetividade das plantas, bem como sobre o seu estatuto ético e jurídico. Inspirada por encontros com a natureza e com anciãos indígenas de todo o mundo, Monica aplica uma abordagem inovadora e holística à ciência, que se sente à vontade para se envolver na interface entre áreas tão diversas como a ecologia, a física, o direito, a antropologia, a filosofia, a literatura, a música, as artes e a espiritualidade. Ao reacender um sentimento de admiração pelo belo lugar a que chamamos casa, está a ajudar a criar uma nova ecologia da mente que inspira o aparecimento de soluções revolucionárias para as interações humanas com o mundo em que coabitamos.
Os estudos de Monica levaram-na a escrever numerosos artigos científicos e livros inovadores, incluindo Thus Spoke the Plant (2018) e The Mind of Plants (2021).
https://www.monicagagliano.com
https://www.instagram.com/_monicagagliano_
https://en.wikipedia.org/wiki/Monica_Gagliano
https://researchportal.scu.edu.au/esploro/profile/monica_gagliano/overview
A conversa será em língua inglesa e seguida de uma sessão de Q&A.
Local: Grande Auditório Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa, Largo da Academia Nacional de Belas Artes, 4, 1249-058, Lisboa
Quarta, 22 de maio 2024, 18.30
Pluralizar as experiências psicadélicas
Giorgio Gristina
Doutorando Antropologia, DANT (ICS-ULisboa), Systems Neuroscience Lab (Champalimaud Centre for the Unknown)
Oiça o podcast desta conversa | Listen to the podcast
As potenciais aplicações terapêuticas inovadoras estão a alimentar um ressurgimento do interesse científico e clínico pelos compostos psicadélicos. A crescente cobertura mediática populariza conceitos como “experiência mística” e “dissolução do ego”. Estes termos são utilizados na maioria dos estudos científicos para descrever as complexas experiências subjetivas provocadas por estas substâncias, o que possivelmente desempenha um papel nos seus resultados terapêuticos. Mas qual é a história por detrás destas categorias? E existem outras formas de interpretar os efeitos peculiares dessas substâncias?
O enquadramento místico tem sido dominante nas abordagens científicas ocidentais aos estados alterados de consciência, e foi assim adotado pela investigação psicadélica desde o seu início. No entanto, defendo que não é a única interpretação possível dos efeitos dos psicadélicos. Dados etnográficos e evidências anedóticas mostram que outras comunidades abordaram os psicadélicos através de outras epistemologias e que os seus efeitos variam consideravelmente em diferentes contextos. Para alargar a nossa compreensão dos efeitos destas substâncias e das suas aplicações terapêuticas, as abordagens científicas aos psicadélicos devem tentar incluir uma maior diversidade de experiências, contextos e métodos.
Giorgio Gristina
Giorgio Gristina tem uma licenciatura em Comunicação Intercultural e um mestrado em Antropologia Social e Cultural, ambos pela Universidade de Torino (Itália). Obteve também um diploma em Engenharia de Som pela escola APM (Itália), tendo colaborado em inúmeros projetos artísticos/audiovisuais ao longo dos anos. Atualmente é doutorando em Antropologia Médica no Instituto de Ciências Sociais (ULisboa), com um projeto de investigação coorganizado pelo System Neuroscience Laboratory (Champalimaud Centre for the Unknown). A sua pesquisa recorre a métodos qualitativos para desvendar os enquadramentos históricos e culturais subjacentes à investigação científica contemporânea e à prática clínica com drogas psicadélicas, com enfoque no cenário português e no seu papel no contexto do “renascimento psicadélico”. O seu trabalho explora as socialidades que emergem em torno do uso e circulação de drogas, e a forma como os discursos científicos moldam as conceções ocidentais do eu, da mente e da saúde mental. Realizou trabalho de campo em Israel e em diferentes locais da Europa.
https://doutoramento.antropologia.ulisboa.pt/estudantes/giorgio-gristina
A conversa será em língua inglesa e seguida de uma sessão de Q&A.
Local: Palácio Sinel de Cordes, Campo de Santa Clara, 142-145, 1100-474, Lisboa
Quarta, 29 de maio 2024, 18.30
O Design da Inteligência Artificial e a Lógica da Cooperação Social
Matteo Pasquinelli
Professor Associado em Filosofia da Ciência na Universidade Ca’ Foscari, Veneza
Human Entities 2024: a cultura na era da inteligência artificial
8ª edição
Quarta, 29 de maio 2024, 18.30
Entrada livre, mediante registo
Oiça o podcast desta conversa | Listen to the podcast
Uma conversa em torno do livro “The Eye of the Master: A Social History of Artificial Intelligence” com o autor Matteo Pasquinelli.
O que é a IA? Uma visão dominante descreve-a como a procura da “solução para a inteligência” – uma solução a ser encontrada supostamente na lógica secreta da mente ou na fisiologia profunda do cérebro, tal como nas suas complexas redes neuronais. O livro The Eye of the Master, argumenta, pelo contrário, que o código interno da IA é moldado não pela imitação da inteligência biológica, mas pela inteligência do trabalho e das relações sociais, tal como nos “motores de cálculo” de Babbage da era industrial, bem como nos recentes Grandes Modelos de Linguagem, como o ChatGPT.
Matteo Pasquinelli
Professor Associado em Filosofia da Ciência no Departamento de Filosofia e Herança Cultural na Universidade Ca’ Foscari, Veneza onde coordena o projeto ERC AI MODELS.
http://matteopasquinelli.com
https://pric.unive.it/projects/ai-models/home
https://www.versobooks.com/products/735-the-eye-of-the-master
A conversa será em língua inglesa e seguida de uma sessão de Q&A.
Local: Palácio Sinel de Cordes, Campo de Santa Clara, 142-145, 1100-474, Lisboa.
Quarta, 5 de junho 2024, 18.30
Solarpunk significa sonhar verde
Jay Springett
Estrategista e escritor
Oiça o podcast desta conversa | Listen to the podcast
Solarpunk é um movimento de ficção especulativa, arte, moda e ativismo que procura responder e incorporar a questão “o que é uma civilização sustentável e como podemos lá chegar?”
Na era atual de distopia popular, ansiedade climática e colapso da biosfera, o Solarpunk tornou-se um “contentor criativo” para futuros mais férteis. Não um futuro singular, mas muitos. O Solarpunk encoraja todos a reimaginar como poderá ser a vida a caminho de um mundo melhor. O nosso futuro coletivo não nos será imposto de cima, mas antes criado de baixo para cima por indivíduos em polifonia. Uma textura feita de várias linhas simultâneas de melodias independentes.
O futuro nunca chega de forma passiva e totalmente formado, em vez disso, tem de ser sonhado. O Solarpunk é um desses sonhos. Nesta conversa, Jay irá abordar a origem do solarpunk e partilhar as suas tentativas para inspirar pessoas a “refazer a nossa história presente e futura”.
Jay Springett
Jay Springett é um estrategista e escritor baseado em Londres.
É conhecido como uma das principais vozes do género especulativo Solarpunk, que descreveu em 2019 como um “motor memético” – uma ferramenta para impulsionar a “refuturação” da nossa imaginação coletiva. Em 2020, o seu conto Solarpunk ‘In The Storm, A Fire’ foi pré-selecionado para o Prémio BSFA para Contos. Jay é membro da Royal Society of Arts em Londres e foi selecionado como um das 64 Faces da Europa da WeAreEurope em 2019. Atualmente, é instrutor no The New Centre e fala regularmente sobre o futuro, a tecnologia e a cultura em eventos em todo o mundo. De momento, apresenta dois podcasts: PermanentlyMoved.Online, um diário pessoal com 301 segundos de duração, e Experience.Computer, um programa de entrevistas sobre afantasia, criatividade e imaginação.
Jay escreve online em http://www.thejaymo.net desde 2010.
A conversa será em língua inglesa e seguida de uma sessão de Q&A.
Local: Palácio Sinel de Cordes, Campo de Santa Clara, 142-145, 1100-474, Lisboa.
ENGLISH
Human Entities 2024: culture in the age of artificial intelligence
Eighth edition
Programme of public talks, May – June 2024
Organised by CADA in partnership with the Lisbon Architecture Triennale and the Faculty of Fine Arts, University of Lisbon
All welcome, free entry, booking required
Talks in English
Overview
Attempts to define intelligence largely stem from the conceit that it’s a distinctly human domain. But if we expand our frame of reference and consider problem solving not primarily as a human attribute, and instead one which is present in varying degrees across different life forms and potentially artificial systems, we begin to see intelligences everywhere.
Science has recently established that plants possess cognition. This is a major shift although it remains controversial. The discovery disrupts the Western worldview that separates nature (as the realm of biological processes) from culture (as the domain of human activity and intelligence) and means that the conventional dichotomy between nature and culture is flawed. The categorical division fails to acknowledge the nuanced interconnections between the nonhuman habitat and human societies. In practice, we generate mutual relations with diverse entities, each with their own agency – from living beings to technological objects.
Yet, many of our contemporary beliefs and values remain rooted in dualist tropes which sustain the myth of nature as a given, a fundamental, self-evident reality.
This is the schema that structures the idea of a singular, unified nature across which diverse cultures are overlaid. It contributes to anthropocentricism, justifies environmental extraction and obscures the complex ways in which human society and technology mutually shape each other.
At a time when science is focused on the teeming intelligence in the environments around us, we’re racing to pour all human knowledge into the AI training data of a largely US-based tech oligopoly. This doesn’t feel right. Not just in the sense that these models stand as a further abstraction of us from the world – although they most certainly are. But also, despite all the positive benefits in valued services, commercial AI platforms exert increasing power over our lives and institutions. However, we’re still only at the beginning of this technology’s evolution, time remains to steer it towards more viable futures for life on the planet.
To imagine a genuine ecology of natural and artificial intelligence, based on mutually beneficial interaction, might seem like a pipedream. But dream we must. Although it’s a potential minefield, the convergence of disciplines, namely ecology, neuroscience and AI, if managed well and coupled with better models of social organisation, could positively impact the ways in which the biosphere and technosphere co-evolve and intersect.
As one million species face extinction and ecosystems approach collapse, we would be wise to consider the intricate web of interdependencies that sustain life – and reflect on the fact that all natural intelligences are profoundly ecological.
CADA (Jared Hawkey/Sofia Oliveira)
Programme
Wed 15 May 2024, 6.30pm
Plant consciousness
Monica Gagliano
Evolutionary ecologist, Research Associate Professor (Adjunct) at Southern Cross University, Australia
Monica Gagliano PhD is an internationally award-winning research scientist, selected by Biohabitats as one of the 24 most Inspiring Women of Ecology, together with Jane Goodall, Rachel Carson, Sylvia Earl, and Terry Tempest Williams. She has been an invited lecturer at the most prestigious universities, including UC Berkeley, Stanford, Harvard, Dartmouth and Georgetown. Monica’s pioneering work has been widely featured by prominent media, such as The New York Times, Forbes, The New Yorker, The Guardian, National Geographic, and many others. Monica is Research Associate Professor (Adjunct) of evolutionary ecology based in Australia. She is currently Chief Scientist at Kaiāulu|Coherence Lab in Hawaii, and Research Associate at the Takiwasi Centre in Perú.
Monica has pioneered the brand-new research field of plant bioacoustics, which for the first time, experimentally demonstrates that plants emit voices and detect and respond to the sounds of their environments. Her work has extended the concept of cognition in plants. By demonstrating experimentally that learning and memory are not the exclusive province of animals, Monica has reignited the discourse of plant subjectivity, as well as ethical and legal standing. Inspired by encounters with nature and indigenous elders from around the world, Monica applies an innovative and holistic approach to science, one that is comfortable engaging at the interface between areas as diverse as ecology, physics, law, anthropology, philosophy, literature, music, the arts, and spirituality. By re-kindling a sense of wonder for the beautiful place we call home, she is helping to create a new ecology of mind that inspires the emergence of revolutionary solutions toward human interactions with the world we co-inhabit.
Monica’s studies have led her to author numerous ground-breaking scientific articles and books, including Thus Spoke the Plant (2018) and The Mind of Plants (2021).
https://www.monicagagliano.com
https://www.instagram.com/_monicagagliano_
https://en.wikipedia.org/wiki/Monica_Gagliano
https://researchportal.scu.edu.au/esploro/profile/monica_gagliano/overview
The talk will be in English and followed by a Q&A session.
Venue: Large Auditorium of the Faculty of Fine Arts, Universidade de Lisboa, Largo da Academia Nacional de Belas Artes, 4, 1249-058, Lisboa
Wed 22 May 2024, 6.30pm
Pluralizing psychedelic experiences
Giorgio Gristina
PhD candidate, DANT (ICS-ULisboa), Systems Neuroscience Lab (Champalimaud Centre for the Unknown)
Potential groundbreaking therapeutic applications are fuelling a resurgence of scientific and clinical interest towards psychedelic compounds. Growing media coverage is popularizing concepts such as “mystical experience” and “ego-dissolution”. Such terms are used in most scientific studies to describe the complex subjective experiences elicited by these substances, possibly playing a role in their therapeutic outcomes. But what’s the history behind these categories? And are there other ways of interpreting the peculiar effects of these substances?
The mystical framework has been dominant in western scientific approaches to altered states of consciousness, and was thus adopted by psychedelic research since its inception. However, I argue that it is not the only possible interpretation of psychedelics’ effects. Ethnographic data and anecdotal evidence show that other communities have approached psychedelics through other epistemologies, and that their effects vary considerably across different settings. To widen our understanding of these substances’ effects and their therapeutic applications, scientific approaches to psychedelics should attempt to include a broader diversity of experiences, contexts and methods.
Giorgio Gristina
Giorgio Gristina holds a BA in Intercultural Communication and a MA in Social and Cultural Anthropology, both from the University of Torino (Italy). He also got a diploma in Sound Engineering from the school APM (Italy), having collaborated to numerous artistic / audiovisual projects along the years. He is currently PhD candidate in Medical Anthropology at the Institute of Social Sciences (ULisboa), with a research project co-hosted by the System Neuroscience Laboratory (Champalimaud Centre for the Unknown). His PhD investigation employs qualitative methods to unravel the historical and cultural frameworks underlying contemporary scientific research and clinical practice with psychedelic drugs, with focus on the Portuguese scenario and its role in the context of the “psychedelic renaissance”. His work explores the socialities emerging around the use and circulation of drugs, and the way scientific discourses shape western conceptions of self, mind and mental health. He has conducted fieldwork in Israel and in different sites in Europe.
https://doutoramento.antropologia.ulisboa.pt/estudantes/giorgio-gristina
The talk will be in English and followed by a Q&A session.
Venue: Palácio Sinel de Cordes, Campo Santa Clara 142-145, 1100-474 Lisboa
Wed 29 May 2024, 6.30pm
Artificial Intelligence Design and the Logic of Social Cooperation
Matteo Pasquinelli
Associate Professor in Philosophy of Science at Ca’ Foscari University, Venice
A conversation around the book “The Eye of the Master: A Social History of Artificial Intelligence” with the author Matteo Pasquinelli.
What is AI? A dominant view describes it as the quest “to solve intelligence” – a solution supposedly to be found in the secret logic of the mind or in the deep physiology of the brain, such as in its complex neural networks. Pasquinelli’s book The Eye of the Master argues, to the contrary, that the inner code of AI is shaped not by the imitation of biological intelligence, but the intelligence of labour and social relations, as it is found in Babbage’s “calculating engines” of the industrial age as well as in the recent Large Language Models such as ChatGPT.
Matteo Pasquinelli
Associate Professor in Philosophy of Science at the Department of Philosophy and Cultural Heritage of Ca’ Foscari University in Venice where he is coordinating the ERC project AI MODELS.
http://matteopasquinelli.com
https://pric.unive.it/projects/ai-models/home
https://www.versobooks.com/products/735-the-eye-of-the-master
The talk will be in English and followed by a Q&A session.
Venue: Palácio Sinel de Cordes, Campo Santa Clara 142-145, 1100-474 Lisbon, Portugal.
Wed 5 June 2024, 6.30pm
Solarpunk means dreaming green
Jay Springett
Strategist and writer
Solarpunk is a movement in speculative fiction, art, fashion, and activism that seeks to answer and embody the question “what does a sustainable civilization look like, and how can we get there?”
In our current age of popular dystopia, climate grief, and biosphere collapse, Solarpunk has become a ‘creative container‘ for more fertile futures. Not one future singular, but many. Solarpunk encourages everyone to re-imagine what life might be like en-route to a better world. Our collective future will not be imposed upon us from above, but instead created bottom up by individuals in polyphony. A texture consisting of multiple simultaneous lines of independent melody.
The future never passively arrives fully formed, instead, it must be dreamed. Solarpunk is one such dream. In this talk Jay will cover the story of how solarpunk came to be and its attempts at inspiring people to ‘remake our present and future history’.
Jay Springett
Jay Springett is a strategist and writer from London.
He is known as a leading voice in the speculative genre of Solarpunk, which described in 2019 as a ‘memetic engine’ – a tool to power the ‘refuturing’ of our collective imagination. In 2020 his Solarpunk short story ‘In The Storm, A Fire’ was long listed for the BSFA Award for Short Fiction. Jay is a Fellow of Royal Society of Arts in London and was selected as one of WeAreEurope’s 64 Faces of Europe in 2019. He is currently an instructor at The New Centre and speaks regularly about the future, technology and culture at events around the world. He currently hosts two podcasts: PermanentlyMoved.Online, a 301 second long personal journal and Experience.Computer, an interview show about aphantasia, creativity, and the imagination.
Jay has been writing online at http://www.thejaymo.net since 2010.
The talk will be in English and followed by a Q&A session.
Venue: Palácio Sinel de Cordes, Campo Santa Clara 142-145, 1100-474 Lisbon, Portugal.
Ficha Técnica/Credits
Organização CADA em parceria com a Trienal de Arquitectura de Lisboa
Organised by CADA in partnership with Lisbon Architecture Triennale
Programado por Jared Hawkey/Sofia Oliveira com programadores convidados: Andrea Pavoni, Justin Jaeckle, Lavínia Pereira e Olivia Bina.
Programmed by Jared Hawkey/Sofia Oliveira with guest programmers: Andrea Pavoni, Justin Jaeckle, Lavínia Pereira and Olivia Bina.
Estrutura financiada por/Funded by: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes
Apoios/Support: Câmara Municipal de Lisboa; Universidade NOVA de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia – NOVA LINCS; Instituto Ciências Sociais, Urban Transitions Hub, Universidade de Lisboa; DINAMIA’CET (ISCTE-IUL) e/and Faculdade Belas Artes, Universidade de Lisboa, Departamentos de Design de Comunicação e Arte Multimédia.
Design: Pedro Loureiro
Fotografia/ Photography: Joana Linda
Som/Sound: Diogo Melo
Necessidades especiais:
Acesso para pessoas com deficiência motora – apenas na Faculdade de Belas Artes, ULisboa, por favor enviar um email com antecedência para sofiaoliveira506@gmail.com
Special needs:
Access for people with motor disabilities at the Faculty of Fine Arts (ULisboa): please send an email to sofiaoliveira506@gmail.com in advance.